Manhunter - 1986
Dir: Michael Mann
Elenco: William Petersen, Brian Cox, Tom Noonan
Red Dragon - 2002
Dir Brett Ratner
Elenco: Edward Norton, Anthony Hopkins, Ralph Fiennes
Se te perguntassem agora qual foi a primeira aparição de Hannibal Lecter no cinema, o que você responderia?
Silêncio dos Inocentes, de 1991, todo mundo sabe, afinal de contas Anthony Hopkins foi o primeiro a dar um rosto a Hannibal Lecter.
Correto?
Errado.
Pouca gente sabe mas, em 1986, o diretor Michael Mann decidiu adaptar para as telonas um livro do autor Thomas Harris chamado Dragão Vermelho, que em 2002 viria a ser novamente adaptado para as telas por Brett Ratner, em um filme que eu costumava achar genial. Até ver a versão de Michael Mann sobre a obra de Thomas Harris, a qual deu o nome de Manhunter. Então a minha indecisão: de qual filme eu falo hoje, do Dragão de Brett Ratner ou do Manhunter de Michael Mann?
Que tal os dois?
O filme conta a história de Will Graham, um agente do FBI que se aposenta após sofrer uma tentativa de assassinato por parte de Hannibal Lectter, um serial Killer que, após matar suas vítimas, as transforma em deliciosos pratos culinários. Will fica entre a vida e a morte, mas se recupera e quando volta à ativa, se depara com um caso curioso: um serial killer declaradamente aficionado, quase carnalmente apaixonado por Lecter, que ambiciona tornar-se uma figura tão memorável quanto seu ídolo. Eis que, para impedir que o assassino faça mais vítimas, Will precisa recorrer a um antigo aliado, que hoje se encontra numa prisão de segurança máxima após tê-lo tentado matar: O Dr Hannibal Lecter.
Will Graham:
Em Manhunter, de 1986, o agente Graham é interpretado por William Petersen, o Gil Grissom de CSI, provavelmente em uma das maiores atuações de sua carreira. A interpretação de Petersen é intensa e convincente, porém mantém-se sóbria por toda ou quase toda a trama.
Já em Dragão vermelho, de 2002, o agente é interpretado por Edward Norton, que dá a Will Graham um ar perturbado, que vai ficando mais afetado conforme se desenrola a trama. Mesmo não sendo considerada uma das melhores atuações de Norton, é preciso admitir que o problema de Dragão Vermelho nem de longe é seu protagonista.
Hannibal Lecter:
No filme dirigido por Mann, o Dr Lecter é interpretado pelo monstruoso Brian Cox, numa atuação realmente assustadora. Apesar que, diferentemente da atuação de Hopkins, Cox se utiliza também de seu porte físico para intimidar. E mesmo levando em consideração o excelente trabalho do primeiro, é preciso dar o braço a torcer de que foi Hopkins que imortalizou o assassino. E foi sua atuação a que ficou mais marcada.
Francis Dolarhyde:
Um dos pontos nos quais a adaptação de 2002 mais se sobressai é este. O vilão Francis Dolarhyde, admirador do nosso querido canibal, na versão de 86, interpretado por Tom Noonan, é simplesmente... como posso dizer? Apático, talvez, em comparação à atuação de Ralph Fiennes.
Direção:
Brett Ratner é um diretor visivelmente limitado. Egresso de filmes como A Hora do Rush e X-Men 3 (facepalm), Dragão Vermelho provavelmente seja o ponto mais alto de sua carreira. Por outro lado, Michael Mann é um diretor competente e minimalista, tendo no currículo filmes como Colateral e O Último dos Moicanos, dá à sua adaptação um clima claustrofóbico e urgente, enquanto o de Ratner, em momentos, apela para clichês gastos e tem um climão de filme de monstro da Universal.
O Filme:
É algo complexo comparar uma obra à outra, sendo que as duas tem pontos excelentes e pontos fracos, mas a experiência de Michael Mann pesa demais nessa balança. Mesmo sua adaptação sendo mais de vinte anos mais antiga que a de Ratner, o cara faz um trabalho bastante superior de direção e roteiro. Sua estética milimétrica e sua ação contida dão ao seu filme um ritmo que vai ganhando intensidade até atingir um clímax impactante e cruel. Mesmo com seu final feliz ao extremo. Enquanto o de Ratner segue por caminhos comuns, torna as coisas entre Will e Dollarhyde extremamente pessoais (em momento algum de Manhunter o assassino ameaça diretamente a família de Graham), apesar de eletrizante, o desfecho soa um tanto óbvio. Mesmo o vilão de Fiennes sendo muito superior ao de Noonan, o background que o personagem ganha e os traumas de infância que lhe são adicionados, dão um ar exagerado de referência e homenagem a filmes como Psicose e Sexta-Feira 13. Sem falar que o sujeito mora numa casa abandonada à beira de um lago... Apesar desses defeitos, a adaptação de Ratner é competente e empolgante.
Ou seja, os dois filmes são excelentes, se complementam em suas qualidades e eu mais uma vez não cheguei a conclusão alguma.
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Samuel Lofhagen
quinta-feira, 15 de agosto de 2013
Crítica: Rome - Segunda Temporada
César está morto e caído em seu próprio sangue no chão do Senado; nem seu corpo foi recolhido ainda, e as tortuosas maquinações que movimentam Roma já estão em progresso. Brutus e os senadores, que planejaram e realizaram o assassinato do tirano, dizem ter a seu lado a lei da República, segundo a qual é inadmissível que um único homem concentre tanto poder. Marco Antônio e o jovem Otávio – o sobrinho que César fez seu herdeiro em testamento – acenam com outro trunfo, mais volátil, mas ainda mais poderoso: a massa, que adorava seu líder e está a um passo de se levantar contra os seus executores. O capítulo inaugural da segunda temporada da série Roma, que vai ao ar neste domingo 15 pelo canal HBO, não se contenta em retomar o enredo do ponto em que foi abandonado. Ele põe ainda mais fichas na mesa. O que o programa quer mostrar agora é a perigosa arte – ou ciência – de manobrar a plebe sem terminar na contingência de ser manobrado por ela. Roma é verdadeiramente uma glória: um programa que transborda tensão, audácia e brutalidade (o penúltimo capítulo da primeira temporada, que tratava de gladiadores, foi uma das coisas mais violentas já vistas numa tela, pequena ou grande), mas também erudição e sagacidade.
O dificílimo desafio a que a série produzida em parceria pela americana HBO e pela britânica BBC se propõe é seduzir o espectador para esse mundo e envolvê-lo com seus personagens, sem no entanto desfigurá-los para torná-los mais parecidos com o mundo e os homens de hoje. Em 44 a.C., ano do assassinato de Júlio César, estava-se ainda a mais de meio século dos primeiros sinais do surgimento de uma nova ética, com a qual o cristianismo começaria a transformar a Antiguidade Clássica. Está-se numa Roma, aqui, que desconhecia a caridade e a misericórdia, assim como o pudor sexual (a série, aliás, é completamente desavergonhada), e que por muito tempo ainda se divertiria lançando gente aos leões na arena do Coliseu. O que Roma pede, enfim, é que a platéia simpatize com um soldado como o feroz Tito Pullo (Ray Stevenson). Nesse primeiro capítulo, Pullo protagoniza uma cena deliciosa. Depois de esquartejar o marido de uma escrava por quem é apaixonado, ele se senta com ela num cenário pastoral e declara seus sentimentos: "Sei que nós começamos com o pé esquerdo, com essa história de eu matar seu marido e tal. Mas quer se casar comigo?", diz, cheio de esperança. A moça hesita por um instante, mas, vá lá, pensa, e sela o romance com um bom beijo. A medida da habilidade com que a série transpõe seu desafio está no fato de que, como a escrava, a platéia não vacila por mais do que um momento antes de perdoar Pullo e se aliar a ele – até porque ele é o último obstáculo a que seu amigo Lúcio Voreno (Kevin McKidd), cuja mulher se suicidou antes que ele pudesse matá-la, mergulhe de vez na insanidade.
Voreno (McKidd) com sua mulher, que se suicidou antes que ele a matasse: um mundo brutal
As afinidades e diferenças entre os poderosos e os comuns (que Stevenson e McKidd representam com brilhantismo) serão ainda mais importantes nesta segunda temporada. Do velório régio de César ao enterro acabrunhado da mulher de Voreno, ou da guerra em que vai se desfazer a aliança de Marco Antônio e Otávio à ascensão deste como o primeiro imperador de Roma, a série tem a partir daqui a ambição de demonstrar como se cimentou um dos legados mais ambíguos do Império Romano à posteridade: a idéia de que a massa é não apenas a fonte de todo o poder, mas ao mesmo tempo o rei e o peão nos jogos que ele engendra. A má notícia é que, apesar de a audiência ter aumentado nesta segunda temporada – que acabou de ser exibida nos Estados Unidos –, não haverá uma terceira série de episódios. A HBO calcula ter perdido 30 milhões de dólares no negócio (sem arrependimentos, afirma sua direção). Concluiu que, como a original, Roma é grande demais para prosseguir.
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Samuel Lofhagen
Retirado de Veja
O dificílimo desafio a que a série produzida em parceria pela americana HBO e pela britânica BBC se propõe é seduzir o espectador para esse mundo e envolvê-lo com seus personagens, sem no entanto desfigurá-los para torná-los mais parecidos com o mundo e os homens de hoje. Em 44 a.C., ano do assassinato de Júlio César, estava-se ainda a mais de meio século dos primeiros sinais do surgimento de uma nova ética, com a qual o cristianismo começaria a transformar a Antiguidade Clássica. Está-se numa Roma, aqui, que desconhecia a caridade e a misericórdia, assim como o pudor sexual (a série, aliás, é completamente desavergonhada), e que por muito tempo ainda se divertiria lançando gente aos leões na arena do Coliseu. O que Roma pede, enfim, é que a platéia simpatize com um soldado como o feroz Tito Pullo (Ray Stevenson). Nesse primeiro capítulo, Pullo protagoniza uma cena deliciosa. Depois de esquartejar o marido de uma escrava por quem é apaixonado, ele se senta com ela num cenário pastoral e declara seus sentimentos: "Sei que nós começamos com o pé esquerdo, com essa história de eu matar seu marido e tal. Mas quer se casar comigo?", diz, cheio de esperança. A moça hesita por um instante, mas, vá lá, pensa, e sela o romance com um bom beijo. A medida da habilidade com que a série transpõe seu desafio está no fato de que, como a escrava, a platéia não vacila por mais do que um momento antes de perdoar Pullo e se aliar a ele – até porque ele é o último obstáculo a que seu amigo Lúcio Voreno (Kevin McKidd), cuja mulher se suicidou antes que ele pudesse matá-la, mergulhe de vez na insanidade.
Voreno (McKidd) com sua mulher, que se suicidou antes que ele a matasse: um mundo brutal
As afinidades e diferenças entre os poderosos e os comuns (que Stevenson e McKidd representam com brilhantismo) serão ainda mais importantes nesta segunda temporada. Do velório régio de César ao enterro acabrunhado da mulher de Voreno, ou da guerra em que vai se desfazer a aliança de Marco Antônio e Otávio à ascensão deste como o primeiro imperador de Roma, a série tem a partir daqui a ambição de demonstrar como se cimentou um dos legados mais ambíguos do Império Romano à posteridade: a idéia de que a massa é não apenas a fonte de todo o poder, mas ao mesmo tempo o rei e o peão nos jogos que ele engendra. A má notícia é que, apesar de a audiência ter aumentado nesta segunda temporada – que acabou de ser exibida nos Estados Unidos –, não haverá uma terceira série de episódios. A HBO calcula ter perdido 30 milhões de dólares no negócio (sem arrependimentos, afirma sua direção). Concluiu que, como a original, Roma é grande demais para prosseguir.
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Samuel Lofhagen
Retirado de Veja
Indicados ao Emmy 2013
A Academia de Televisão, Artes e Ciências dos EUA, representada por Aaron Paul (Breaking Bad) e Kate Mara (House of Cards), anunciou hoje os indicados ao Emmy 2013. A cerimônia que revelará os melhores da televisão estadunidense no período de junho de 2012 a maio de 2013 acontecerá no dia 22 de setembro, com apresentação de Neil Patrick Harris (How I Met Your Mother). (Devido a problemas mecânicos com seu vôo, Mara foi substituida por Harris como anunciante de última hora.)
Em primeiro lugar ficou a minissérie American Horror Story: Asylum com 17 indicações, seguida por Game of Thrones com 16 e 30 Rock que, em por sua sétima e última temporada, arrecadou 13 indicações. Esses números incluem todas as categorias menores e técnicas da premiação, que vão de melhor iluminação a melhor penteado.
Confira as principais indicações abaixo:
Melhor série dramática
Breaking Bad
Downton Abbey
Game of Thrones
Homeland
House of Cards
Mad Men
Melhor atriz em série dramática
Connie Britton - Nashville
Claire Danes - Homeland
Michelle Dockery - Downton Abbey
Vera Farmiga - Bates Motel
Elisabeth Moss - Mad Men
Kerry Washington - Scandal
Robin Wright - House of Cards
Melhor ator em série dramática
Bryan Cranston - Breaking Bad
Hugh Bonneville - Downton Abbey
Damien Lewis - Homeland
Kevin Spacey - House of Cards
Jon Hamm - Mad Men
Jeff Daniels - The Newsroom
Melhor atriz coadjuvante em série dramática
Anna Gunn - Breaking Bad
Maggie Smith - Downton Abbey
Emilia Clarke - Game of Thrones
Morena Baccarin - Homeland
Christina Hendricks - Mad Men
Christine Baranski - The Good Wife
Melhor ator coadjuvante em série dramática
Bobby Cannavale - Boardwalk Empire
Jonathan Banks - Breaking Bad
Aaron Paul - Breaking Bad
Jim Carter - Downton Abbey
Peter Dinklage - Game of Thrones
Mandy Patinkin - Homeland
Melhor atriz convidada em série dramática
Diana Rigg - Game of Thrones
Linda Carnellini - Mad Men
Joan Cusack - Shameless
Margo Martindale - The Americans
Carrie Preston - The Good Wife
Jane Fonda - The Newsroom
Melhor ator convidado em série dramática
Rupert Friend - Homeland
Robert Morse - Mad Men
Harry Hamlin - Mad Men
Dan Bucatinsky - Scandal
Nathan Lane - The Good Wife
Michael J. Fox - The Good Wife
Melhor direção em série dramática
Tim Van Patten, por "Margate Sands" - Boardwalk Empire
Michelle MacLaren, por "Gliding Over All" - Breaking Bad
Jeremy Webb, por "Episode 4" - Downton Abbey
David Fincher, por "Chapter 1" - House of Cards
Leslie Lnka Glatter, por "Q&A" - Homeland
Melhor roteiro em série dramática
George Mastras, por "Dead Freight" - Breaking Bad
Thomas Schnauz, por "Say My Name" - Breaking Bad
Julian Fellowes, por "Episode 4" - Downton Abbey
David Benioff e D.B. Weiss, por "The Reigns of Castamere" - Game of Thrones
Harry Bromell, por "Q&A" - Homeland
Melhor série cômica
30 Rock
The Big Bang Theory
Girls
Modern Family
Louie
Veep
Melhor atriz em série cômica
Laura Dern - Enlightened
Lena Dunham - Girls
Edie Falco - Nurse Jackie
Tina Fey - 30 Rock
Julia Louis-Dreyfus - Veep
Amy Poehler - Parks and Recreation
Melhor ator em série cômica
Alec Baldwin - 30 Rock
Jason Bateman - Arrested Development
Louis C.K. - Louie
Don Cheadle - House of Lies
Matt LeBlanc - Episodes
Jim Parsons - The Big Bang Theory
Melhor atriz coadjuvante em série cômica
Jane Krakowski - 30 Rock
Jane Lynch - Glee
Sofia Vergara - Modern Family
Julie Bowen - Modern Family
Merritt Wever - Nurse Jackie
Mayim Bialik - The Big Bang Theory
Anna Chlumsky - Veep
Melhor ator coadjuvante em série cômica
Adam Driver - Girls
Jesse Tyler Ferguson - Modern Family
Ed O'Neill - Modern Family
Ty Burrell - Modern Family
Bill Hader - Saturday-Night Live
Tony Hale - Veep
Melhor atriz convidada em série cômica
Elaine Stritch - 30 Rock
Molly Shannon - Enlightened
Dot-Marie Jones - Glee
Melissa Leo - Louie
Melissa McCarthy - Saturday-Night Live
Kristen Wiig - Saturday-Night Live
Melhor ator convidado em série cômica
Will Forte - 30 Rock
Nathan Lane - Modern Family
Bobby Cannavale - Nurse Jackie
Louis C.K. - Saturday-Night Live
Justin Timberlake - Saturday-Night Live
Bob Newhart - The Big Bang Theory
Melhor direção série cômica
Lena Dunham, por "On All Fours" - Girls
Paris Barclay, por "Diva" - Glee
Louis C.K., por "New Year's Eve" - Louie
Gail Mancuso, por "Arrested" - Modern Family
Beth McCarthy-Miller, por "Hogcock!" - 30 Rock
Melhor roteiro em série cômica
David Crane e Jeffrey Klarik, por "Episode 209" - Episodes
Louis C.K. e Pamela Adlon, por "Daddy's Girlfriend" - Louie
Greg Daniels, por "Finale" - The Office
Jack Burditt e Robert Carlock, por "Hogcock!" - 30 Rock
Tina Fey e Tracey Wigfield, por "Last Lauch" - 30 Rock
Melhor minissérie ou filme feito para TV
American Horror Story: Asylum
Behind the Candelabra
The Bible
Phil Spector
Political Animals
Top of the Lake
Melhor atriz em minissérie ou filme feito para TV
Jessica Lange - American Horror Story: Asylum
Laura Linney - The Big C: Hereafter
Helen Mirren - Phil Spector
Sigourney Weaver - Political Animals
Elisabeth Moss - Top of the Lake
Melhor ator em minissérie ou filme feito para TV
Michael Douglas - Behind the Candelabra
Matt Damon - Behind the Candelabra
Toby Jones - The Girl
Benedict Cumberbatch - Parade's End
Al Pacino - Phil Spector
Melhor atriz coadjuvante em minissérie ou filme feito para TV
Sarah Paulson - American Horror Story: Asylum
Imelda Staunton - The Girl
Ellen Burstyn - Political Animals
Charlotte Rampling - Restless
Alfre Woodard - Steel Magnolia
Melhor ator coadjuvante em minissérie ou filme feito para TV
James Cromwell - American Horror Story: Asylum
Zachary Quinto - American Horror Story: Asylum
Scott Bakula - Behind the Candelabra
John Benjamin Hickey - The Big C: Hereafter
Peter Mullan - Top of the Lake
Melhor programa de variedade, música ou comédia
The Colbert Report
The Daily Show with Jon Stewart
Late Night with Jimmy Fallon
Real Time with Bill Maher
Saturday-Night Live
Melhor reality show ou programa de competição
The Amazing Race
Dancing with the Stars
Project Runway
So You Think You Can Dance
Top Chef
The Voice
Melhor apresentador de reality show
Ryan Seacrest - American Idol
Betty White - Betty White's Off Their Rockers
Tom Bergeron - Dancing with the Stars
Heidi Klum e Tim Gunn - Project Runway
Cat Deeley - So You Think You Can Dance
Anthony Bourdain - The Taste
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Samuel Lofhagen
Informativo: Bates Motel - Ator de Grey´s Anatomy entrará na segunda temporada
Bates Motel terá um pai raivoso e em busca de vingança em sua segunda temporada. As informações são do TV Line.
Michael O'Neill, mais conhecido por ter vivido o atirador da sexta temporada de Grey's Anatomy, chegará a White Pines Bay no ano dois.
[Cuidado, possíveis spoilers abaixo!]
O'Neill viverá Nick, um inteligente e charmoso homem que está de luto pela morte de sua filha, a professora Watson (Keegan Connor Tracy), e chega na cidade com a intenção de se vingar.
A segunda temporada de Bates Motel já está em produção e estreia nos EUA em 2014, no A&E, em data a ser definida. No Brasil, o canal pago Universal exibe a série.
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Samuel Lofhagen
Michael O'Neill, mais conhecido por ter vivido o atirador da sexta temporada de Grey's Anatomy, chegará a White Pines Bay no ano dois.
[Cuidado, possíveis spoilers abaixo!]
O'Neill viverá Nick, um inteligente e charmoso homem que está de luto pela morte de sua filha, a professora Watson (Keegan Connor Tracy), e chega na cidade com a intenção de se vingar.
A segunda temporada de Bates Motel já está em produção e estreia nos EUA em 2014, no A&E, em data a ser definida. No Brasil, o canal pago Universal exibe a série.
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Samuel Lofhagen
quarta-feira, 14 de agosto de 2013
A Bela da Série: Maggie Grace - The Following - Primeira Temporada
Maggie Grace apareceu em apenas um capítulo da série The Following, mas já foi o suficiente para podermos admira-la. Maggie se tornou conhecida pela série fenômeno Lost, aonde já esbanjava sensualidade, depois fez Taken, onde era filha do personagem de Liam Neeson.
Bem, vamos a uma pequena biografia da gata:
Maggie Grace, nome artístico de Margaret Grace Denig, (Columbus, 21 de Setembro de 1983) é uma atriz norte-americana. Ficou conhecida por interpretar Shannon Rutherford na série de televisão Lost.
Maggie é filha de Rick e Valinn Denig, seus pais se divorciaram quando a atriz tinha 16 anos, Maggie tem mais dois irmãos: Ian e Marissa. A atriz fez sua primeira aparição em um vídeo semanal exibido pela internet chamado Rachel's Room (2001 - 2002), onde ela interpretava uma adolescente em seu quarto, que falava sobre suas angústias adolescentes e sobre conflitos entre ela, sua mãe e seus professores. O programa era exibido no ScreenBlast, um site que pertence à Sony Pictures.
Maggie estreou no cinema em 2002 com Murder in Greenwich e depois com Shop Club. Em 2003, com 20 anos, ela interpretou a filha estranha de Wendy Crewson e Tom Selleck no drama Twelve Mile Road ("Um Caminho para Dois" no Brasil).
A carreira de Grace deslanchou um ano depois com Lost, onde ela interpretou Shannon, uma dos muitos personagens dessa série dramática de grande elenco. Ela esteve no elenco oficial desde o primeiro episódio, até o sétimo episódio da segunda temporada. Em sua aparição seguinte, no 8º episódio, "Collision", seu nome foi mencionado como "Participação Especial". Depois da morte de sua personagem, apareceu em Lost mais uma vez no episódio "Exposé" e no ultimo episódio da série.
Desde que deixou Lost, ela estrelou o remake do filme de terror The Fog, atuando ao lado de Tom Welling, o Clark Kent de Smallville. E participou também de Suburban Girl, The Jane Austen Book Club, Busca Implacável, Malice in Wonderland e muitos outros.
Recentemente Maggie foi escolhida para interpretar a vampira Irina do Clã Denali em Breaking Dawn (Amanhecer, em português),1 filme inspirado no último livro da Saga Crepúsculo de Stephenie Meyer, que no momento está em pós-produção.
Quanto à vida pessoal, a atriz namorou por um tempo o ator Ian Somerhalder, seu colega de elenco na série Lost, mas eles não estão mais juntos. Também namorou com o empresário Blake Mycoskie, mas os dois terminaram o namoro em 2009.
FILMOGRAFIA
2013Susanna (TV series)
Susanna
Susanna
– Episode #1.10 (2013) … Susanna
– Episode #1.11 (2013) … Susanna
– Episode #1.12 (2013) … Susanna
– Episode #1.7 (2013) … Susanna
– Episode #1.8 (2013) … Susanna
2013Californication (TV series)
Faith
Faith
– I'll Lay My Monsters Down (2013) … Faith
– Blind Faith (2013) … Faith
– Mad Dogs and Englishmen (2013) … Faith
– Everybody's a Fucking Critic (2013) … Faith
2004-2010Lost (TV series)
Shannon Rutherford
Shannon Rutherford
– The End (2010) … Shannon Rutherford
– Exposé (2007) … Shannon Rutherford
– What Kate Did (2005) … Shannon Rutherford
– Collision (2005) … Shannon Rutherford
– The Other 48 Days (2005) … Shannon Rutherford
2004Oliver Beene (TV series)
Elke
Elke
– Babysitting (2004) … Elke
– Catskills (2004) … Elke
– Superhero (2004) … Elke
– Oliver & the Otters (2004) … Elke
– Idol Chatter (2004) … Elke
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Samuel Lofhagen
Crítica: Bates Motel - Primeira Temporada
Trazer Norman Bates de volta aos holofotes e o introduzir ao cenário moderno não seria uma tarefa fácil. Apresentado ao público em grande escala em Psicose, filme de Alfred Hitchcock de 1960, o psicopata volta em Bates Motel como um adolescente do século 21. Mexer com o legado estabelecido por Hitchcock atraiu atenção mais negativa do que positivamente do público e da crítica. Porém, o time de roteiristas provou que aquilo não só poderia ser uma experiência prazerosa, mas cheia de conteúdo elucidativo sobre o assassino esquizofrênico.
Assim como havia sido mencionado no preview de Bates Motel, a série poderia enveredar para caminhos diferentes daqueles apresentados em seu início. No entanto, foi uma surpresa perceber que ela seguia cada vez mais envolvente. O maior êxito da primeira temporada foi conseguir manter o suspense sem ter momentos de tédio. É comum existirem episódios filler (aqueles "enche linguiça", em que não acontece nada que desenvolva a trama) em qualquer programa, mas Bates Motel conseguiu se manter sempre interessante e inusitada. Era comum imaginar que não haveria saída de certa situação, ou até uma que parecesse esdrúxula quando apresentada. No entanto, depois de alguns episódios, nada mais passava essa sensação, e a confiança no time de roteiristas crescia a cada enrascada que os personagens se metiam.
Família
A relação entre mãe e filhos - Norma (Vera Farmiga), Norman (Freddie Highmore) e Dylan (Max Thieriot) - decorre repleta de trancos e solavancos. A que mais sofre é a mulher, que passa por inúmeras provações desde o episódio de estreia. Norma precisa lidar com seus próprios problemas além de cuidar do perturbado Norman, que não tem noção do que está acontecendo consigo. Ao desabafar e explicar a situação do caçula a Dylan, Norma aprende a tratar e respeitar seu filho mais velho, até então renegado, e o acolhe na estranha família. Independente e até então distante da mãe e irmão, Dylan se vira como pode na cidade de White Pine Bay, mas topa com um frágil cenário que o impele a ajudar e tentar tornar normal uma relação doentia e possessiva entre Norma e Norman.
A narrativa funciona ainda melhor com as performances de Highmore e Farmiga, que incorporam seus personagens de forma convincente e devidamente psicóticos. A partir da relação de mãe e filho vistas ali, é possível entender o que vem a ser de Norman no futuro. O passivo psicopata esquizofrênico é facilmente encontrado nos olhares, nas atitudes e até nos movimentos corporais do menino, que passa por intensos problemas psicológicos. Por outro lado, é claro ver que as atitudes e escolhas tomadas por Norma são diretamente espelhadas nele, e Farmiga acerta em se apoiar na delicadeza quando a mulher sofre de lapsos bipolares.
O ano de estreia e as possibilidades
No decorrer do ano de estreia vimos homicídios, estupros, tráfico de mulheres, problemas mentais, subornos, taxidermia, drogas e uma senhora plantação de maconha. Contudo, apesar de nem todas as questões mencionadas acima terem sido destrinchadas, não sobraram pontas soltas visíveis após a conclusão. O capítulo final apresenta um bom gancho para a já garantida segunda temporada, mas não enlouquece o espectador de curiosidade.
Bates Motel se provou uma das melhores, se não a melhor, estreia da temporada 2012-2013. Sem enrolações, é possível visualizar um panorama completo do que virá a ser Norman Bates, suas influências e motivações. Tudo se encaixa perfeitamente, mas ainda faltam peças para o quebra-cabeça ficar completo, até vermos Norma Bates empalhada no porão.
A série estreiou no Brasil em 4 de julho, no canal pago Universal. A segunda temporada, que deve começar sua pré-produção no último trimestre de 2013, tem previsão de estreia para 2014 nos EUA, em data a ser definida.
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Samuel Lofhagen
www.omelete.com.br
Assim como havia sido mencionado no preview de Bates Motel, a série poderia enveredar para caminhos diferentes daqueles apresentados em seu início. No entanto, foi uma surpresa perceber que ela seguia cada vez mais envolvente. O maior êxito da primeira temporada foi conseguir manter o suspense sem ter momentos de tédio. É comum existirem episódios filler (aqueles "enche linguiça", em que não acontece nada que desenvolva a trama) em qualquer programa, mas Bates Motel conseguiu se manter sempre interessante e inusitada. Era comum imaginar que não haveria saída de certa situação, ou até uma que parecesse esdrúxula quando apresentada. No entanto, depois de alguns episódios, nada mais passava essa sensação, e a confiança no time de roteiristas crescia a cada enrascada que os personagens se metiam.
Família
A relação entre mãe e filhos - Norma (Vera Farmiga), Norman (Freddie Highmore) e Dylan (Max Thieriot) - decorre repleta de trancos e solavancos. A que mais sofre é a mulher, que passa por inúmeras provações desde o episódio de estreia. Norma precisa lidar com seus próprios problemas além de cuidar do perturbado Norman, que não tem noção do que está acontecendo consigo. Ao desabafar e explicar a situação do caçula a Dylan, Norma aprende a tratar e respeitar seu filho mais velho, até então renegado, e o acolhe na estranha família. Independente e até então distante da mãe e irmão, Dylan se vira como pode na cidade de White Pine Bay, mas topa com um frágil cenário que o impele a ajudar e tentar tornar normal uma relação doentia e possessiva entre Norma e Norman.
A narrativa funciona ainda melhor com as performances de Highmore e Farmiga, que incorporam seus personagens de forma convincente e devidamente psicóticos. A partir da relação de mãe e filho vistas ali, é possível entender o que vem a ser de Norman no futuro. O passivo psicopata esquizofrênico é facilmente encontrado nos olhares, nas atitudes e até nos movimentos corporais do menino, que passa por intensos problemas psicológicos. Por outro lado, é claro ver que as atitudes e escolhas tomadas por Norma são diretamente espelhadas nele, e Farmiga acerta em se apoiar na delicadeza quando a mulher sofre de lapsos bipolares.
O ano de estreia e as possibilidades
No decorrer do ano de estreia vimos homicídios, estupros, tráfico de mulheres, problemas mentais, subornos, taxidermia, drogas e uma senhora plantação de maconha. Contudo, apesar de nem todas as questões mencionadas acima terem sido destrinchadas, não sobraram pontas soltas visíveis após a conclusão. O capítulo final apresenta um bom gancho para a já garantida segunda temporada, mas não enlouquece o espectador de curiosidade.
Bates Motel se provou uma das melhores, se não a melhor, estreia da temporada 2012-2013. Sem enrolações, é possível visualizar um panorama completo do que virá a ser Norman Bates, suas influências e motivações. Tudo se encaixa perfeitamente, mas ainda faltam peças para o quebra-cabeça ficar completo, até vermos Norma Bates empalhada no porão.
A série estreiou no Brasil em 4 de julho, no canal pago Universal. A segunda temporada, que deve começar sua pré-produção no último trimestre de 2013, tem previsão de estreia para 2014 nos EUA, em data a ser definida.
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segunda-feira, 12 de agosto de 2013
Mads Mikkelsen - Biografia e Trabalhos
Mads Dittmann Mikkelsen (Copenhague, 22 de novembro de 1965) é um conceituado ator dinamarquês, mais conhecido por filmes independentes.
Suas maiores produções foram Rei Arthur, onde interpretou o cavaleiro da Távola Redonda, Tristão; Depois do Casamento onde interpretou Jacob Spencer, que foi indicado ao Óscar na categoria de melhor filme estrangeiro; e Casino Royale, onde interpreta o vilão, Le Chiffre, financiador de vários terroristas internacionais. Quando James Bond impede um atendado por um terrorista africano chamado Mollaka, Le Chiffre perde seu dinheiro e precisa recuperá-lo no Cassino Royale em Montenegro. O vilão vem do Leste Europeu e enxerga por um só olho, do qual chora lágrimas de sangue, devido a uma cicatriz que corta seu canal lacrimal. É um dos mais complexos inimigos de 007 e seu primeiro antagonista, segundo a cronologia oficial.
Mads é filho de Henning Mikkelsen e irmão do actor Lars Mikkelsen. É casado com Hanne Jacobsen, com quem tem dois filhos: Carl e Viola. Atualmente interpreta o serial killer Hannibal Lecter na série de tv Hannibal.
2013Hannibal (TV series)
Dr. Hannibal Lecter
Dr. Hannibal Lecter
– Savoureux (2013) … Dr. Hannibal Lecter
– Relevés (2013) … Dr. Hannibal Lecter
– Rôti (2013) … Dr. Hannibal Lecter
– Buffet Froid (2013) … Dr. Hannibal Lecter
– Trou Normand (2013) … Dr. Hannibal Lecter
2005Julie (TV series)
Julie's dad / Harald / Harald, Julie's Dad
Julie's dad / Harald / Harald, Julie's Dad
– Del 4 (2005) … Julie's dad
– Del 3 (2005) … Julie's dad
– Del 2 (2005) … Julie's dad
– Afsnit 1 (2005) … Harald, Julie's Dad
2000-2004Rejseholdet (TV series)
Allan Fischer
Allan Fischer
– Assistancemelding A-05/03, del 2 (2004) … Allan Fischer
– Assistancemelding A-05/03, del 1 (2003) … Allan Fischer
– Assistancemelding A-19/01, del 2 (2002) … Allan Fischer
– Assistancemelding A-19/01, del 1 (2002) … Allan Fischer
– Assistancemelding A-17/01 (2002) … Allan Fischer
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Samuel Lofhagen
Crítica: Hannibal - 1 Temporada
Introduzir um serial killer na TV aberta era uma proposta ousada, ainda mais quando o assassino em questão é Hannibal Lecter, imortalizado por Anthony Hopkins na trilogia cinematográfica. Hannibal não só propôs o retorno do psicopata criado por Thomas Harris, mas entregou grandes promessas com destreza e de forma sutil, mostrando que séries criminais não precisam ser procedimentais para funcionar.
A trama de Hannibal mostra o psiquiatra antes do cárcere, ajudando o FBI a resolver alguns crimes. Mais importante que isso, no entanto, acompanhamos de perto a peculiar relação entre Hannibal Lecter (Mads Mikkelsen) e Will Graham (Hugh Dancy) como médico e paciente, cientista e experimento, colegas de trabalho e amigos. É o relacionamento entre os dois que faz com que a série se destaque entre tantas outras, os desenvolvimentos em suas personalidades e nas interações com o restante da equipe do FBI.
Co-escrito por Harris e Bryan Fuller, idealizador da série, o ótimo roteiro nunca deixa a desejar. Ao introduzir uma série que incita a presença da fórmula "um crime e sua solução por episódio", a atenção do público estadunidense, que acostumou-se ao formato, está capturada. A partir daí é gradativa a mudança de foco, até que nos percebemos não mais interessados na originalidade dos crimes macabros, mas na delicada manipulação de Hannibal em todas as situações a sua volta.
Um dos grandes trunfos de Hannibal é sua originalidade. Diferindo das histórias apresentadas em Manhunter (1986), O Silêncio dos Inocentes (1991), Hannibal (2001) e Dragão Vermelho (2002), a série prima em introduzir um novo Will Graham, com novas habilidades e problemas. Afastado do FBI para dar aulas sobre investigação forense, Graham é convocado para voltar ao time por Jack Crawford (Laurence Fishburne). Seu retorno vem acompanhado de um psiquiatra, que observará a capacidade mental de Will para trabalhar nos casos que tanto o atormentam e envolvem, afinal, ele tem tendencias psicopatas reprimidas pelo bom senso que podem aflorar a qualquer momento. No entanto, são tais propensões que ajudam o agente a ser eficiente no trabalho de investigação, já que ele consegue pensar como o assassino.
Hannibal funciona como um todo, um grande filme com 13 horas de duração, pois ao nos oferecer uma pista, é necessário tempo para que sua recompensa seja alcançada. Em um ponto, Dr. Lecter diz sentir o cheiro do câncer em uma de suas pacientes só para, alguns episódios a frente, descobrirmos uma grave encefalite que ataca o cérebro de Will. Há uma frieza cirurgica presente em cada decisão tomada pelo serial killer e, ainda asssim, é possível se identificar e sentir piedade de Hannibal quando ele finge sentir qualquer tipo de emoção para sua própria terapeuta, a Dra. Bedelia Du Maurier (Gillian Anderson).
Mesmo que mostre pesadas cenas do crime sem restrições - como, por exemplo, um totem feito de partes humanas, pele das costas que acaba virando asas angelicais e plantações de cogumelos feitas em corpos semi-vivos -, Hannibal é negligente em mostrar o canibal em ação. Ao sugerir as refeições preparadas pelo cuidadoso cozinheiro, qualquer prato carnívoro parece dar ânsia, indicando que ele não somente come humanos, mas também faz com que pessoas próximas saboreiem órgãos abatidos por ele mesmo. Não confunda, porém, a caça com um mero assassinato. Hannibal não poupa aqueles que possam prejudicar sua reputação.
O diverso elenco deve, também, ser considerado como um dos pontos altos da série. As nuances provenientes do dinamarquês Mikkelsen são essenciais para o desenvolvimento da narrativa de Hannibal. Ao perceber que pode ser alvo de qualquer suspeita, é visível uma tênue expressão de preocupação, invisível aos olhos dos personagens mas compreensíveis ao público, que sabem com o que estão lidando. Calmo e calculista em situações difíceis, Dr. Lecter se mostra lúcido quando a mais lógica das pessoas estaria em pânico. É a falta de qualquer abordagem emocional real que faz do Hannibal de Mikkelsen um dos melhores serial killers já vistos na TV.
Hugh Dancy e seu delirante Graham não ficam para trás. Febril e coberto de suor durante a segunda metade do primeiro ano, o agente desafia todos ao se provar mais são do que o resto de sua equipe. Instável, entre momentos de sanidade e ilusão, o britânico usa de diálogos curtos e rápidos para passar a sensação de urgência na qual seu personagem se encontra. É a presença de um alce negro que informa a Graham sua ausência de realidade, nos proporcionando um momento de confusão quando descobrimos que não percebemos quando a cena passou a ser uma visão de Will.
Inferindo a manipulação de Hannibal sob o colega de trabalho e paciente que alega ser seu amigo, é perceptível o poder que há em todas as provas coletadas contra Will. Tudo não passa de uma grande farsa que, sendo uma grande farsa por si, dificulta análises secundárias. Levando em consideração o histório de problemas mentais de Graham, analisados pelo inteligente e sagaz psiquiatra, nada mais justo que um corajoso "olá, Dr. Lecter" para finalizar a bela e cuidadosa construção de Hannibal.
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Samuel Lofhagen
extraído de www.omelete.com.br
Crítica: Dates - Primeira Temporada
Em 2007, Bryan Elsley apresentava ao mundo uma série teen com uma perspectiva muito nova a respeito do universo adolescente contemporâneo. Como na própria dinâmica comportamental dos jovens, o tempo de um episódio de Skins era frugal, efêmero, e passeava pela vida de cada um dos personagens como se quisesse ser corriqueiro, natural. Cada um dos jovens era explorado de cada vez, com tramas se esbarrando no processo, mas sempre mantendo o exercício do distanciamento. Agora, em 2013, Elsley ressurge com a série Dates, que amadurece o estilo do showrunner, focando na imprevisibilidade do encontro.
Cada episódio de Dates tem apenas 22 minutos de duração, um tempo que pode ser mínimo para um encontro bom, mas é uma verdadeira eternidade para quem não quer estar ali. Em cada um dos episódios, acompanhamos um casal que se conheceu pela internet e está presente - independente de classe ou condição social - por uma série de razões. Esse é o ponto mais interessante a respeito de Dates, que não é uma série que fala apenas da busca por uma companhia - em muitos dos casos, os personagens estão em busca de algum tipo de fuga.
A dinâmica dos encontros pretende sempre o mesmo começo: chegar a um local público, um restaurante ou um bar, e avaliar quem é seu acompanhante. Pode parecer absurdo que em um tempo tão curto, a série consiga explorar os primeiros momentos de um encontro, com suas identificações e frustrações, e ainda ter tempo para o desenvolvimento de uma trama e de algumas personalidades. Porém, a condensação temporal do programa não afeta a fluência de seu texto. Dates é uma surpresa constante, cheia da mesma expectativa que compõe sua dramaturgia. Ao sentar para ver um episódio, é como estar diante de um novo pretendente. Tudo pode acontecer até o final da noite... Tudo.
Curte o Quê?
A tela abre, a barra de rolagem automática corre, os nicknames aparecem em toda uma profusão de criatividade. Quantos anos? De onde é? Como é? O que está procurando? Separados pelo limítrofe da tela, dois (ou mais) usuários se buscam no meio do escuro por razões que vão desde o sexo à psicologia. Ainda que esse modelo de bate-papo escorregue quase sempre na vulgarização da procura, a internet acabou servindo pra queimar etapas, proteger identidades, evitar os constrangimentos.
Em Dates, a maioria dos encontros vieram de sites de relacionamentos. Não há uma especificidade nesse sentido, mas conseguimos entender que os perfis sociais são o forte dos personagens. Quem se arrisca nesse tipo de site sabe a respeito de todas as complexidades vigentes. Na maioria das vezes, o acesso a esse tipo de conteúdo só pretende manter o foco das coisas. O problema é que as personas por trás da praticidade tendem a ser desertores da coragem presencial. Ao vivo, muitos detalhes disfarçados vem à tona. Encontros marcados por usuários virtuais, por essa razão, podem ser um imenso tiro no pé. E Dates sabe disso.
Partindo do princípio de que as personalidades se bifurcan, qualquer trama deita num solo cheio de possibilidades. Em qualquer encontro - virtual ou não - ninguém é 100% original. O jogo da sedução exige (e sobrevive) dos disfarces. Sabendo disso, a série se organizou para que em cada semana a dinâmica de exibicionismo e hesitação fosse gradativa. Uma pessoa pode disfarçar-se num encontro e mostrar-se inteira no outro, tudo depende do interlocutor. Somos afetados por muitos fatores e numa história comprometida com a realidade, isso deve ser levado em consideração. Dates se desenvolve em torno do indecifrável, do imponderável, agindo como uma teoria elegantizada da ação e da reação.
Encontros com o Natural
A escolha para o episódio piloto foi cuidadosa. David (Will Mellor) está num restaurante à espera de Celeste. Ele é o típico retardatário da engrenagem das relações virtuais. Ele é divorciado, pai de três filhos, bonito e atraente, mas nada condizente com a jovialidade procurada nesses sites de encontros. David é um caminhoneiro que tem uma doutrina rígida com relação às mulheres: elas devem ser adoradas. Ele compensa sua pouca intelectualidade com muita virilidade.
Sua parceira não se chama Celeste. A mulher misteriosa que se senta com ele é Mia (Oona Chaplin). Mentir o nome é parte do show dela. Mia é bonita, aparentemente segura, misteriosa, sensual, longe de ser o tipo de mulher que procura homens pela internet. Mia quer uma fuga de si mesma, e encontra em David a possibilidade ideal: ser adorada por suas imperfeições, ser valorizada por seus "defeitos". David gosta de proteger, consertar. Mia gosta de prevalecer, provocar. O encontro dos dois não dá muito certo e, ao mesmo tempo, serve como expectativa maior para toda a condução da temporada.
Em nove episódios, nove formações diferentes de casais, que apresentam-se totalmente originais ou repetindo personagens. Com aqueles que voltam, temos a chance de conhecer novos detalhes e, quase sempre, esses repetentes são os mais complexos. Por suas características tão peculiares, eles merecem uma breve menção (partindo do episódio 2):
Jenny e Nick: O encontro entre uma professora primária e um neurótico e superconfiante comerciante poderia ser maravilhoso se os dois não acabassem sendo incompatíveis exatamente por serem ambivalentes. Jenny e Nick escondem um segredo que lhes desvirtua do objetivo original do encontro, tornando-o um verdadeiro desastre.
Mia e Stephen: Mia reaparece na série. A postura dela quando vai conhecer o cirurgião Stephen é a mesma de quando encontrou-se com o tranquilo David. Porém, ela encontra um adversário à altura. Stephen é superficial, individualista e prático. Ele não cai no jogo de sedução de Mia e provoca um distúrbio na dinâmica das coisas.
Erica e Kate: A série resolve explorar o universo gay dos encontros e nos apresenta a enrustida Erica, que não pode contar sobre ser lésbica para sua tradicional família chinesa. Ela conhece Kate, uma lésbica-de-raiz, que tem opiniões duras sobre homossexuais femininas que já estiveram com homens. O encontro das duas acaba resultando no confronto pessoal para uma delas.
David e Ellie: David volta para outro encontro no dia de seu aniversário. Sua pretendente é a jovem Ellie que, apesar de madura, é visivelmente jovem demais. Apesar de claramente interessada, Ellie se vê esmagada pelo fantasma das projeções masculinas de David: ele está obcecado por Mia e pela força sexual que ela representa. Esse encontro acaba em circunstâncias pouco favoráveis à Ellie.
Erica e Callum: A lésbica enrustida Erica reaparece para satisfazer a vontade da família. Ela é obrigada a encontrar-se com Callum, um pernóstico e apatetado sujeito que nunca teria chances com uma mulher como ela. Assim que os dois reconhecem seus papeis nesse encontro, ele passa a ser um momento de grande mudança para Erica.
Stephen e Mia: As semelhanças entre Mia e Stephen são reforçadas nesse novo encontro, quando Mia dá um bolo no cirurgião e ele conhece Heidi, que está no hotel onde o encontro foi marcado, para uma conferência. Stephen finge ser um dos conferentes e seduz Heidi para uma tarde de sexo num dos quartos do hotel.
Jenny e Christian: Jenny repete sua participação na série num penúltimo episódio muito curioso. Ela não acredita em Deus, mas resolve ir pra cama com o membro de um grupo religioso, simplesmente porque, sem perceber, ele fala diretamente para as angústias dela. O problema é que Christian (como todos os homens de Jenny), também tem segredos.
David e Mia: O casal do primeiro episódio se reencontra para um final de temporada extremamente abstrato. Aparentemente, Mia e David iniciaram um relacionamento, mas quando Stephen retorna à vida dela subitamente, tudo é posto em cheque. Mia é muito mais parecida com Stephen, mas David parece ser o único disposto a continuar fazendo dela deusa carnal que ela necessita ser.
Cobrindo esses personagens tão cheios de camadas está um elenco totalmente comprometido com os detalhes. Além de construções muito bem marcadas, as atuações se apoiaram numa naturalidade impressionante. A produção de cenários minimalistas e de roteiro intimizado, uma das forças da série precisaria, definitivamente, se apoiar na figura do ator. Sendo assim, cada olhar, gesto, postura e fala do elenco de Dates é minuciosa, evidenciando um trabalho de direção absolutamente correlacionado com a atmosfera da série.
Também nos encontros, cada olhar, cada gesto, cada postura e cada fala, precisam ser estudados, perscrutados pelo nosso senso crítico, em busca de falhas, em busca de motivos para o encontro número dois. Dates é um recorte social que pode parecer áspero, mas que é surpreendentemente otimista. As pessoas, vejam só, ainda procuram por formas de estarem juntas, a despeito de toda essa imensa capacidade de isolamento e de desprezo proposta pela modernidade. Ainda existem aqueles que querem o frio na barriga do primeiro encontro.
Post Samuel Lofhagen
Extraído de Omelete.
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